Comissão Pró-Índio do Acre, com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, realiza primeira viagem de projeto que visa promover discussões acerca do uso, manejo e conservação da agrobiodiversidade nas terras indígenas.

Agentes Agroflorestais e membros da comunidade recebem sementes e
mudas frutíferas da equipe do projeto. Aldeia Sacado, Terra Indígena Alto
Rio Jordão – outubro de 2010.(Foto: Marcos Catelli).
O município de Jordão, no Acre, mantém praticamente toda a sua cobertura florestal preservada, com 2,1% de área desmatada, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA, 2009). Localizado na confluência do rio Tarauacá com o rio Jordão, é um dos mais isolados do Estado: seu o se dá por barco (em média, cinco dias) ou avião. Quase 40 por cento de suas terras são indígenas, além de transitarem nelas indígenas que nunca tiveram contato com o homem branco, os isolados.
Neste cenário de rica sociobiodiversidade, três integrantes da equipe do projeto “Fortalecendo as experiências Agroflorestais Indígenas no Acre”, realizado pela Comissão Pró-Índio do Acre e viabilizado pelo programa Petrobrás Ambiental, ficaram quase dois meses em terras indígenas dos Kaxinawá no rio Jordão, prestando assessoria técnica. Nestes momentos de formação à distância, quando os assessores da I/AC estão nas aldeias, ocorre um verdadeiro intercâmbio de experiências, onde técnicos e indígenas saem mais fortalecidos em conhecimentos. Desta vez, a troca de experiências teve uma finalidade comum: promover discussões acerca do uso, manejo e conservação da agrobiodiversidade nas terras indígenas. Durante a viagem, os membros do projeto realizaram oficinas em vinte aldeias de três terras indígenas, desenvolvendo atividades como a distribuição de sementes e mudas frutíferas, construção ou reforma de sementeiras e viveiros nas aldeias, manejo nas áreas de Sistemas Agroflorestais (SAFs), avaliação e atualização dos planos de gestão das terras indígenas e atualização de etnomapas, apoiando o trabalho dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Jordão.
Esta foi a primeira viagem, realizada entre setembro e outubro últimos, de um projeto que terá duração de dois anos. Neste período, o objetivo é atuar em quatro terras indígenas no Estado do Acre: as três terras do Jordão (Terras Indígenas Kaxinawá do Seringal Independência, Kaxinawá do Baixo Rio Jordão e Kaxinawá do Rio Jordão) e a Terra Indígena Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu, no município de Marechal Thaumaturgo, totalizando 38 aldeias. “Pretendemos fortalecer o trabalho de Gestão Territorial e Ambiental para o manejo de sistemas agroflorestais, por meio da produção de mudas frutíferas tropicais e florestais, recuperação de áreas degradadas e preservação da mata ciliar, contribuindo assim para a soberania alimentar e incremento da renda familiar das comunidades indígenas”, explica o coordenador do Programa de Gestão Territorial e Ambiental da Comissão Pró-Índio do Acre, Renato Gavazzi.
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